18.02, tarde.
Acordas de madrugada
Para ver o teu sonho partir.
Gritas, com a voz soterrada,
Que o mundo acabou de ruir.
Rompem, lá fora, nas ruas,
Almas que choram de dor.
Perdidas, pálidas, nuas,
Tremem com falta de amor.
E as palavras desertas
Chovem como facas no rosto
Enquanto consciências despertas
Querem o regime deposto.
Ficas escondida no escuro,
Reclamas a solidão.
Tens à tua frente o futuro,
O destino da Terra na mão.
Isabel Teles de Menezes