Eau de Liberdade
Uma liberdade marginal
Onde o pobre se encobre;
Ente ultrajado como animal
Por quem se designa como nobre.
Promessas de uma nova era,
De um novo mundo a reconhecer,
Esquecendo a coragem que alimenta a guerra
E o medo que a faz nascer.
Verdades construídas para iludir,
Mentiras subornadas para dominar,
Por quem só sabe pedir
E não conhece a alegria de dar.
Luta contra o mando desumano,
Cresce com um presente cruel;
Assim revive o povo lusitano
Provando, a cada dia, um sofro fel.
Com uma mão cheia de nada,
E um corpo cansado de desistir,
Constrói uma vida outrora devastada
Pronta a não carecer de motivos para sorrir.
Mónica Abrantes