Mundo Imundo
Chamam-lhe de crime.
Outra calamidade, noutro adversário.
Seta caprichosa na mente, é lançada
E apenas volve no contrário.
Que isso é assim, é.
Um crime.
Mas que gente, mas que lamento,
De tochas tresandam ensopadas,
Que nem por um mísero de tempo,
Lhe acendem as brasas:
- Nem pensar!
Onde nasce o amor?
Onde se sente as escassas
Formas, sejam em quem for,
De viver a paz
Que este portador traz?
Um elemento vicário
À mercê da troca das bombas;
Para no interior arvorar
A candura.
Eis a metamorfose!
Jaulas abertas escapando pombas
Alvas de verdura!
Estou colérico neste crime.
Bramo e não percebo
A imoralidade deste mundo imundo.
Marco Nunes